“José Dirceu teve uma participação acentuada nesse escabroso episódio”, disse Marco Aurélio. O ex-ministro condenado hoje começou sua carreira como líder estudantil e foi deputado estadual e federal antes de chegar ao governo Lula.
Pelo menos cinco ministros já afirmaram que Dirceu comandou o mensalão –Aurélio, Mendes, Lúcia, Fux e Barbosa– e dava respaldo ao ex-presidente da sigla José Genoino e ao ex-tesoureiro Delúbio Soares –ambos também condenados pela maioria da Corte– para que realizassem as negociações de compra de apoio político dos parlamentares da base aliada no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
“O ex-ministro José Dirceu, que homologava os acordos daquele partido, acordos que vimos (…) extravasaram e muito o campo simplesmente político. Não podemos ante a disputa acirrada partidária imaginar partidos altruístas, que se socorram mutuamente”, afirmou Marco Aurélio. “As reuniões, pasmem, ocorriam no Palácio do Planalto”, acrescentou o magistrado.
Gilmar Mendes citou depoimentos de diversas testemunhas que afirmam que Dirceu não participava das reuniões para negociar o acordo entre o PT e o PTB, mas era contatado por Genoino ou Delúbio logo depois que era fechado algum acerto. “Depois das conversas, sempre havia uma ligação ou do Delúbio ou do Genoino para José Dirceu”.