Existe uma crise da esquerda e outra do PT, cada qual profunda, mas com as suas diferenças. A do PT tem o agravante da confusão com a corrupção. A da esquerda, o dilema entre moderar o discurso econômico e político mantendo os ideais programáticos.
Durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, essa frente de esquerda funcionou de modo informal. O impeachment foi aprovado, mas a narrativa do golpe teve sucesso. Ou seja, num momento de dificuldade do PT, o PSOL, o PCdoB e políticos de esquerda da Rede tiveram uma ação conjunta num contexto de guerra política. Nos últimos dias, houve uma reação de toda a esquerda à ação abusiva da Polícia Civil de São Paulo na sexta-feira na Escola Nacional Florestan Fernandes, entidade de formação política do Movimento Sem Terra. São exemplos de que essa frente poderia ser viável.