Um bebê de 1 ano e 3 meses faleceu no Ceará após ser infectado pela ameba Naegleria fowleri, causadora da meningoencefalite amebiana, uma infecção rara, mas extremamente grave. O caso, ocorrido em setembro, chamou a atenção para os riscos desse parasita, popularmente conhecido como “ameba comedora de cérebro”. A criança, que morava em um assentamento rural na cidade de Caucaia, começou a apresentar sintomas como febre, irritação, vômito e, rapidamente, sinais neurológicos, levando à sua morte em uma semana.
A investigação da Secretaria Estadual de Saúde do Ceará apontou que o bebê foi contaminado pela água do açude que abastecia o assentamento, após contato durante o banho doméstico. Embora o açude fosse tratado, a qualidade do processo de purificação da água era inadequada, permitindo a presença do parasita. Após a confirmação da infecção, a cisterna da casa foi desinfetada, e a Secretaria recomendou maior vigilância na região, embora não tenham sido encontrados outros casos semelhantes.
Esse é o primeiro caso confirmado no Brasil, mas a Naegleria fowleri já causou mortes em outros países, com uma taxa de mortalidade de quase 98%. O parasita vive em águas quentes, como lagos e rios, e é transmitido quando entra no corpo humano pelas narinas. Não há risco de transmissão por ingestão de água ou entre pessoas. O diagnóstico da doença é difícil, pois os sintomas iniciais se assemelham aos de meningite bacteriana, e não existe tratamento específico para a infecção.
O alerta é claro: em regiões com risco de contaminação, é fundamental garantir a qualidade da água consumida e estar atento a qualquer sintoma suspeito, especialmente em crianças. Em caso de febre, dor de cabeça intensa, vômito e sinais neurológicos, procure atendimento médico imediato.