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Após mostrar a cabeça da estudante Shirley Souza, no 1º Distrito Policial (DP), na Sé, centro da cidade, o ajudante-geral José Ramos dos Santos, confessou o crime à Polícia Civil e foi preso. Ele tinha 23 anos à época; ela, apenas 16.
José alegou que assassinou a namorada adolescente por desconfiar que a filha que ela esperava não era dele. Para isso, foi a casa da vítima, e a esganou e asfixiou. Depois cortou o pescoço dela com uma faca.
Shirley estava grávida de seis meses. A bebê, que iria se chamar Nayara, também morreu. Testemunhas, no entanto, disseram que ele era o pai da criança.
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O caso ocorrido em 26 de março de 2015 na Zona Sul da cidade foi amplamente divulgado pela imprensa à época. Após três anos preso, José foi julgado e condenado pelos crimes de homicídio qualificado (recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio), aborto (pela morte da bebê), ocultação e destruição de cadáver.
Sobre a morte da criança, a magistrada afirmou na sentença que José demonstrou “comportamento vil e perverso”. “O réu agiu com extrema frieza, raiva e menosprezo à vida humana, notadamente de sua companheira, grávida, com seis meses de gestação”, disse a juíza.
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Para a juíza, José tem uma “personalidade fria e agressiva”.
A equipe de reportagem manteve o teor original do que o ajudante escreveu. Na sua rede social na internet José aparecia como Zél Past Troubled (algo como Zél Passado Atribulado, numa tradução livre do inglês para o português).
A foto que usava para se identificar não era a dele, mas do personagem Jigsaw da série do filme americano ‘Jogos Mortais’ (Saw, no título original). Na história de terror e suspense, um serial killer usa uma máscara e tortura suas vítimas, sempre cortando uma parte do corpo delas.
Quando se entregou e foi preso, José só dizia aos jornalistas “ela me traiu” sobre Shirley. Ao ser perguntado se estava arrependido de ter matado a namorada, respondeu: “por um lado sim, por outro não”.
O crime
De acordo com a acusação feita pelo Ministério Público (MP0, José matou Shirley na casa onde ela morava com o irmão, na Rua Manuel Rodrigues Mexelhão, comunidade de Pedreira. Antes do crime, os dois transaram e depois discutiram por causa de uma suposta traição dela.
De acordo com a acusação feita pelo Ministério Público (MP0, José matou Shirley na casa onde ela morava com o irmão, na Rua Manuel Rodrigues Mexelhão, comunidade de Pedreira. Antes do crime, os dois transaram e depois discutiram por causa de uma suposta traição dela.
Segundo José relatou aos policiais que prenderam, a namorada confessou que manteve relações sexuais com outro homem, amigo do casal, seis meses antes. E que, por esse motivo, ele desconfiou que a bebê que ela esperava não seria dele.
Quando a adolescente se preparava para tomar banho, José aplicou um ‘gravata’, golpe no qual usa os braços para apertar o pescoço de alguém. Ela ficou sem respirar, perdeu os sentidos e desmaiou.
Em seguida, José contou que pensou que a namorada tinha morrido e decidiu decapitá-la com uma faca de cozinha. Depois enrolou e amarrou o corpo dela dentro de uma coberta e o colocou em atrás de um botijão de gás. Ele ainda limpou a casa para o irmão da vítima não desconfiar.
Com o passar do tempo, porém, o cadáver começou a exalar um cheiro forte e o ajudante decidiu leva-lo a uma viela, onde o corpo foi encontrado por moradores.
Ao saber disso, José guardou a cabeça de Shirley numa mochila, percorreu 30 quilômetros em ônibus e foi até a delegacia, onde mostrou o crânio e foi preso ao confessar o crime.
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