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terça-feira, 19 de maio de 2015

SAÚDE - Dispareunia: quando o sexo se torna um tormento

casal separação
A britânica Angela Lyons, de 66 anos, 44 deles casada, diz ter um casamento feliz, mas incompleto: ela não faz sexo com seu marido.
Ela sofre de dispareunia, uma condição que faz com que as relações sexuais envolvendo penetração sejam dolorosas.
Um estudo publicado em 2008 na revista “Menopause”, com base em resultados de um questionário anônimo, concluiu que 40% das mulheres sofrem do distúrbio.
No entanto, outro relatório, publicado no “Scandinavian Journal of Public Health”, diz que a dispareunia afeta somente 10% das mulheres.
Especialistas, no entanto, dizem que determinar o número real de mulheres que experimentam a dor durante o sexo é difícil porque muitas têm vergonha de procurar ajuda.
“É mais comum em mulheres de meia-idade, entre 40 e 45 anos, ou após o parto com episiotomia [quando é feita uma incisão cirúrgica para facilitar o nascimento do bebê]”, explica Mariano Rosselló Gayá, especialista em Medicina Sexual do Instituto de Medicina Sexual na Espanha.

Causas

“As causas físicas ou orgânicas podem ser falta de lubrificação, hímen hipertrofiado, distúrbios de abertura vaginal, irritação, infecção, atrofia vaginal, cicatrizes ou ferimentos anteriores”, enumera Gayá.
“As pacientes relatam dor de média ou alta intensidade que pode acontecer em dois locais, seja na primeira seção do canal vaginal, seja no interior do órgão, durante penetrações mais profundas. A sensação é de ardor, queimadura ou dor aguda.”
“É preciso, contudo, separar se se trata de uma dor que acontece em todas as ocasiões do coito ou apenas algumas vezes, e em que circunstâncias ou posições.”
Na opinião de Gayá, é importante procurar ajuda, porque o distúrbio pode transformar a vida sexual das mulheres em um tormento.
“A dispareunia pode levar as mulheres não apenas a desfrutar das relações sexuais, mas evitá-las por completo, de forma a não sentir dor.”
“Muitas mulheres aguentam essa situação e se resignam, mas logicamente os efeitos a médio prazo sobre a relação e a cumplicidade são devastadores. Uma consulta com um médico, a tempo, pode evitar, inclusive, o fim da relação de um casal.”
“O homem também sofre porque se sente o causador da dor que sua parceira está sentindo, quando, ironicamente, quer o oposto”, acrescentou Gayá.