Envolvido por uma testemunha nas mortes da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando de Curicia, está negociando um acordo de delação premiada com a Polícia Civil e com o Ministério Público do Rio de Janeiro. Orlando está preso na penitenciária Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1), sob acusação de chefiar uma milícia na Zona Oeste do Rio. Como O GLOBO revelou na última terça-feira, um homem que trabalhou para um dos mais violentos grupos paramilitares do Rio procurou a polícia para contar, em troca de proteção, que o vereador Marcello Siciliano (PHS) e Orlando Oliveira de Araújo queriam a morte de Marielle, assassinada no dia 14 de março, no Estácio.
De acordo com o delegado Lane Andrade, as investigações apontam que os suspeitos mentiram sobre a motivação do assassinato. A suspeita do delegado é de que os dois tenham cometido latrocínio, que é o roubo seguido de morte, e criaram a versão sobre o sinal da internet, na tentativa de abrandar a pena.
Conforme o delegado, a motocicleta da vítima sumiu da fazenda no mesmo dia em que ele foi assassinado.
O corpo de Miguel foi encontrado desmembrado e enterrado em uma cova rasa, a cerca de 15 metros da casa, dentro da área fazenda. O delegado disse que a cova foi localizada dois dias após o crime.
O pedido de prisão preventiva dos irmãos foi feito no final de março deste ano, mas só foi expedido na quarta (9), quando eles foram presos. O delegado disse ainda que a perícia da cena do crime ficou comprometida, porque a dupla limpou o local.
Reinan e Venício estão detidos na delegacia de Aurelino Leal e devem ser encaminhados para o presídio de Valença, quando a unidade tiver vagas. Eles vão responder por latrocínio e ocultação de cadáver.