Realização Luck Entretenimento

sábado, 1 de dezembro de 2012

AÇUDE DE COREMAS JÁ RECUOU 12 Km

O açude de Coremas - maior da Paraíba e o 4º maior reservatório público do País – está com apenas 47,49% de sua capacidade. O manancial já baixou 4,38 metros cúbicos e perdeu 12 quilômetros de extensão de água, por causa dos efeitos da estiagem prolongada. A previsão da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (AESA) é que, para encher reservatórios, só deve chover no Sertão em fevereiro. Já de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), as previsões para os dois últimos meses deste ano apontam um quadro climático indefinido e com possibilidades de chuvas isoladas no Sertão. “O período de chuvas no Sertão é a partir de fevereiro até maio. A previsão mostra possíveis pancadas em janeiro, mas se ocorrer, será abaixo da média”, explicou o meteorologista Ednaldo Correia.

O Departamento Nacional de Obras contra Seca (DNOCS) estima que, mesmo que não ocorram chuvas, a água de Coremas seja suficiente para o abastecimento até o final de 2014. Mas, moradores de 16 cidades abastecidas pelo açude temem um racionamento e reclamam porque seis municípios do Rio Grande do Norte também recebem água do local.



29 açudes têm menos de 20% da capacidade:

Dos 121 reservatórios monitorados pela AESA, até ontem, 29 estavam com capacidade inferior a 20% e sete têm menos de 5%. Destes, 19 ficam no Sertão, seis no Cariri, um no Brejo e um no Curimataú.

“Pode ser que ocorram chuvas isoladas nesses últimos meses, mas nada acima do normal. As chuvas isoladas não necessariamente são chuvas fracas, podem acontecer chuvas isoladas com bastante intensidade. Apesar disso, não é nada que dê para encher um reservatório. O período de chuvas mais intensas e homogêneas nessas regiões (Sertão, Cariri e Curimataú) é de fevereiro a maio”, explicou a meteorologista Marle Bandeira.

Segundo o chefe de serviço técnico do DNOCS na Paraíba, Francisco Mariano da Silva, dos 1.358.000.000m² (um bilhão, trezentos e cinquenta e oito milhões) o açude de Coremas só contém 

Página 02

649.650.000 m² (seiscentos e quarenta e nove milhões e seiscentos e cinquenta mil), conforme dados coletados em uma medição realizada ontem no manancial.
Francisco afirma que não há como fechar as comportas para que cidades do Rio Grande do Norte não sejam abastecidas porque prejudicaria o abastecimento em cidades do Sertão paraibano, como São Bento, Catolé do Rocha, Pombal e Paulista. “Não é ilegal a água que vai para o Rio Grande do Norte. Acontece que o açude de Coremas é responsável pela perenização do Rio Piranhas, que leva água para pelo menos nove cidades, margeadas pelo rio. Essa perenização acaba por beneficiar seis cidades do Rio Grande do Norte, porque é lá, onde o rio Piranhas deságua. Se fecharmos as comportas por conta disso, milhares de paraibanos ficarão sem abastecimento”, explicou. Com base nos dados do DNOCS, a sangria do manancial, que fica próximo à cidade de Piancó, já recuou 12 metros e caso não ocorram chuvas, a tendência é que o distanciamento aumente mais. “A sangria fica na região de Piancó e hoje está distante. Mas, em nossas simulações, que fazemos para saber a situação do açude, percebemos que, se continuar nesse ritmo, terá água garantida até 2014”, afirmou Francisco.
.
Racionamento:

O promotor de Coremas, Clarck de Sousa Benjamim, disse que o Ministério Público ainda não prevê necessidade para determinar racionamento de água do reservatório. “As comportas não podem ser fechadas porque a água que sai por elas pereniza o rio, que abastece as cidades. O maior problema hoje é que Coremas é a cidade que abastece as outras, mas não possui água saneada. A água que vai para as casas não recebe tratamento e sabemos que outras cidades depositam esgoto no leito dos rios. A preocupação maior agora é com a garantia do abastecimento nas cidades da região e isso está acontecendo normalmente”, afirmou.

Governo investirá R$ 82,5 mi em cisternas:

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, e o presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Ary Joel de Abreu Lanzarin, assinaram ontem contrato de prestação de serviços para a construção de cisternas no Semiárido. O governo federal investirá R$ 82,5 milhões, até novembro de 2013, na construção de 28,5 mil cisternas de placa para o consumo humano e outras 1,65 mil tecnologias sociais de acesso à água para produção de alimentos.

Hoje, o BNB lança o edital para a seleção das instituições que vão construir as cisternas. Serão beneficiados 37 municípios da Bahia, Ceará, Paraíba e norte de Minas Gerais. O investimento faz parte do Programa Água para Todos, do Plano Brasil Sem Miséria.

Jornal Correio da Paraíba