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terça-feira, 19 de abril de 2016

Posição de Fábio Farias pelo impeachment gera indignação do PT potiguar e de eleitores em Jardim de Piranhas

Claro que pode se entender que com a executiva nacional do PSD, decidindo em maioria pelo voto ao afastamento, Fábio estaria sendo coerente em relação à diretriz partidária. as, a questão local não pode ser esquecida. E não costuma ser.
Por: Cefas Carvalho

Foto: Internet
O assunto político do dia no Rio Grande do Norte foi o comunicado oficial do deputado federal Fábio Faria (PSD) de que votará no domingo dia 17 pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff e da consequente reação do Partido dos Trabalhadores, de quem o PSD potiguar, que tem o pai de Fábio, governador Robinson Faria, como líder, é aliado.

Para muitos petistas e mesmo analistas políticos e internautas, o posicionamento de Fábio consistiu em uma "traição" a Dilma e ao PT.

O petismo foi aliado de primeira hora de Robinson na campanha eleitoral de 2014, quando o atual governador estava muitos pontos percentuais de Henrique Eduardo Alves (PMDB) nas pesquisas de intenção de voto e contava com poucos apoios partidários.

Na campanha, os petistas potiguares se dedicaram  de corpo e alma à campanha de Robinson, inclusive com o ex-presidente Lula, à época com índices de aprovação altíssimos, gravando vídeo de propaganda eleitoral pedindo votos para Robinson ao lado do mesmo. Fato que, segundo os próprios marqueteiros de Robinson, alavancou a sua campanha e foi decisiva para a vitória sobre Henrique no segundo turno. E Henrique, do PMDB, ainda estava na base de sustentação do Governo Dilma, sendo, inclusive, presidente da Câmara Federal.

Daí a compreensão pela grita dos petistas em relação ao voto declarado de Fábio pelo impeachment.

Claro que pode se entender que com a executiva nacional do PSD, Gilberto Kassab, ex-ministro de Dilma, à frente, decidindo em maioria pelo voto ao afastamento, Fábio estaria sendo coerente em relação à diretriz partidária.

Mas, a questão local não pode ser esquecida. E não costuma ser. E, no caso, o PT de Dilma é o mesmo PT que faz parte do Governo Estadual, indicando secretários e ajudando na sustentação política e interlocução com o Governo Federal.

Boatos nas redes sociais, sempre implacáveis, já surgiram dando conta que foi justamente um fato local que motivou a posição de Fábio: um possível acordo entre Robinson e Henrique, com vistas a 2018 e a possibilidade de Henrique virar ministro em um eventual Governo Michel Temer.

Delírio? Pode ser. Mas, esta teoria está ganhando corpo nas redes. E surgiu justamente pela posição de Fábio.

Diante da posição do jovem deputado federal, "em apoio ao golpe, defendo que o PT-RN entregue os cargos que ocupa no Governo do Estado", escreveu o deputado estadual Fernando Mineiro (PT) no Twitter.

Segundo o vereador por Natal Hugo Manso também no Twitter, "como se dizia, a carta de Fábio "saiu pior que a encomenda". Texto da vergonha e outras coisas mais...", alfinetou.

Nesta quinta-feira teremos noção maior do quadro. Se Fábio se explicará mais do que a carta eufêmica e vaga que divulgou e se o PT potiguar entregará os cargos que tem no Governo. O que abrirá espaços no Governo. Para o PMDB, confirmando a teoria maldosa? Só o tempo dirá.

Confira na íntegra a nota oficial de Fábio Faria:

"Dirijo-me ao povo do meu Rio Grande do Norte e do Brasil para este comunicado a respeito do meu posicionamento quanto ao processo de instauração do impeachment da presidente da República Dilma Rousseff, a ser votado na Câmara Federal.

 Minha posição é fruto de amplo diálogo dentro do meu partido, o PSD, respeitando a liderança do nosso presidente Gilberto Kassab; nos debates travados com nosso grupo político no RN; nas impressões trocadas com empresários e trabalhadores; nas inúmeras conversas com eleitores potiguares e com a minha família.

 O Brasil vive hoje uma seríssima crise política e econômica em que o atual governo perdeu completamente a condição de produzir consensos e um mínimo de entendimentos efetivos em prol do desenvolvimento do País. O governo perdeu a capacidade de dialogar com a sociedade, com amplos setores produtivos, com a classe empresarial, e, por último, viu interditado o caminho do diálogo com a Câmara dos Deputados.

     Neste domingo, portanto, votarei a favor do impeachment, em total sintonia com o meu partido, com a iniciativa da minha bancada, com o desejo das forças políticas e sociais do meu estado, com a expectativa dos meus eleitores e, principalmente, com a minha consciência.

 Votarei pela esperança de ver um Brasil reconstruído, livre da paralisia imposta por uma pauta única provocada pela crise. Precisamos ultrapassar e vencer a pauta do impeachment, para que a economia reencontre os caminhos do crescimento e as ruas voltem a ser passeio público de uma única nação, porque não existem dois Brasis, pois somos apenas um povo, unificado na mistura de raças, credos e costumes.

Que Deus ilumine o Brasil e proteja sempre o seu povo.

Fábio Faria