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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Bate-boca no STF

O pau cantou no STF…acredite.


 A sessão desta quinta-feira (15) do Supremo Tribunal Federal  (STF) de julgamento dos recursos dos condenados no processo do mensalão foi encerrada no final da tarde imediatamente após uma discussão entre o presidente Joaquim Barbosa e o vice Ricardo Lewandowski .
Em meio a um debate sobre o recurso do ex-deputado Bispo Rodrigues, em relação ao qual os dois divergiram, Joaquim Barbosa acusou Lewandowski de fazer “chicana” (no jargão jurídico, uma manobra para dificultar o andamento de um processo).
Lewandowski tinha sugerido interromper a discussão sobre o assunto para reiniciá-la na semana que vem, mas Barbosa foi contra.


“Presidente, nós estamos com pressa de quê? Nós queremos fazer justiça”, afirmou Lewandowski. “Nós queremos fazer nosso trabalho. Fazer nosso trabalho e não chicana”, respondeu Barbosa.

Em seguida, Lewandowski indagou ao presidente se estava sendo acusado de fazer chicana e pediu retratação.
“Vossa excelência está dizendo que eu estou fazendo chicana? Peço que vossa excelência se retrate imediatamente”. Barbosa disse: “Eu não vou me retratar, ministro”.
“Estou trazendo um argumento [...] apoiado em fatos. Apoiado em fatos, em doutrina. Eu não estou brincando presidente. Vossa excelência está dizendo que estou brincando? Eu não admito isso [...] Vossa excelência preside uma casa de tradição multicentenária”, reagiu Lewandowski. “E que vossa excelência não respeita”, completou Barbosa.


Durante a discussão, o ministro Celso de Mello fez uma intervenção e sugeriu que a sessão fosse interrompida para ser retomada na próxima semana a partir do ponto onde parou.
“São importantes as razões que o eminente ministro Lewandowski suscita e expõe. Tem sido tradição nesta corte, quando um ministro está em dúvida e prefere não pedir vista, ao invés disso, porque, talvez, nós pudéssemos encerrar a sessão. [...] Na quarta-feira, podemos partir deste ponto apenas.”

Após a discussão, a sessão foi encerrada.
Leia abaixo o diálogo entre os ministros.

Joaquim Barbosa: Vossa excelência simplesmente está querendo reabrir uma discussão.
Ricardo Lewandowski: Não, estou querendo fazer justiça.

Joaquim Barbosa: Vossa excelência compôs um voto e agora mudou de ideia.
Ricardo Lewandowski: Para que servem os embargos?

Joaquim Barbosa: Não servem para isso, para arrependimento, ministro. Não servem.
Ricardo Lewandowski: Então, é melhor não julgarmos mais nada. Se não podemos rever eventuais equívocos praticados, eu sinceramente…

Joaquim Barbosa: Peça vista em mesa, ministro.
Celso de Mello: Eu ponderaria ao eminente presidente que, talvez, conviesse encerrar trabalhos e vamos retomá-los na quarta-feira começando especificamente por esse ponto. Isso não vai retardar.

Joaquim Barbosa: Já retardou. Poderíamos ter terminado esse tópico às 15h para 17h.
Ricardo Lewandowski: Presidente, nós estamos com pressa do quê? Nós queremos fazer Justiça.

Joaquim Barbosa: Nós queremos fazer nosso trabalho, e não chicana, ministro.
Ricardo Lewandowski: Vossa excelência está dizendo que estou fazendo chicana? Eu peço que vossa excelência se retrate imediatamente.

Joaquim Barbosa: Eu não vou me retratar, ministro.
Ricardo Lewandowski: Vossa excelência tem a obrigação como presidente da Casa. Está acusando um ministro, um par de vossa excelência de fazer chicana, eu não admito isso.

Joaquim Barbosa: Foi uma votação unânime.
Ricardo Lewandowski: Eu estou trazendo um argumento.

Joaquim Barbosa: Um argumento, ministro?
Ricardo Lewandowski: Apoiado em fatos, em doutrina. Eu não estou brincando presidente, vossa excelência está dizendo que estou brincando? Eu não admito isso.

Joaquim Barbosa: Faça a leitura que vossa excelência quiser.
Ricardo Lewandowski: Vossa excelência preside uma casa de tradição multicentenária.

Joaquim Barbosa: Que vossa excelência não respeita. [...] Está encerrada a sessão. Tem vista em mesa, portanto.
Do G1