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quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

GIRO NOS BLOGUES - Minas Gerais teve 1.531 presos políticos durante ditadura militar

Jair Sampaio - De Minas Gerais partiram as primeiras tropas militares para o golpe de 1964. Se o Estado foi protagonista na derrubada de João Goulart, também teve um importante papel na resistência à ditadura e, consequentemente, nos atos de repressão. O relatório final da Comissão da Verdade em Minas Gerais (Covemg), que vai ser lançado nesta quarta-feira (13), somente em seu primeiro volume, detalha mortes e desaparecimentos forçados de 17 militantes no Estado e o assassinato e “sumiço” de 49 mineiros pelo país, além de identificar 1.531 presos políticos em Minas.
Esses números se transformaram em histórias nos relatos e em documentos coletados pelos pesquisadores durante quatro anos. Exemplo disso é o jornalista Flávio Ferreira da Silva. Ele era prefeito de Barreiro Grande, atual Três Marias, quando houve o golpe militar. Por ter participado de um evento com o presidente João Goulart, foi considerado subversivo e, por isso, foi cassado, preso e torturado na base aérea de Lagoa Santa.
Após ser libertado, respondeu a processo por subversão, mas foi inocentado pelos próprios militares. Segundo familiares, o ex-prefeito nunca se recuperou do trauma de ter tido sua carreira política interrompida com pancadas na cabeça e choques elétricos. Por isso, passou a ter problemas psicológicos. Dez anos depois, ele matou a mulher e suicidou em seguida. (mais…)