As investigações são supervisionadas por Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes, dois ministros que não hesitariam em decretar a prisão de Salles. Cármen, pelo histórico de defesa da Amazônia; Moraes, pela linha dura nas investigações envolvendo o governo Bolsonaro.
A demissão de Salles é, portanto, estratégica do ponto de vista não só político, como criminal: como o agora ex-ministro passa a não ter mais foro privilegiado, as investigações — que tratam de suposto favorecimento à extração e de exportação ilegal de madeira — descerão para a primeira instância.
Se Salles der sorte, os dois inquéritos ainda poderão cair nas mãos de juízes do Pará e do Amazonas, estados de origem e apreensão da madeira. Os magistrados já mandaram devolver as toras para os proprietários investigados.