Realização Luck Entretenimento

sábado, 22 de junho de 2019

MUNDO BIZARRO - Molusco que come rochas e expele areia é encontrado nas Filipinas

Organismo foi avistado pela primeira vez em 2006, mas só agora especialistas puderam estudá-lo devidamente (Foto: Reprodução Youtube/Northeastern)
ORGANISMO FOI AVISTADO PELA PRIMEIRA VEZ EM 2006, MAS SÓ AGORA ESPECIALISTAS PUDERAM ESTUDÁ-LO DEVIDAMENTE (FOTO: REPRODUÇÃO YOUTUBE/NORTHEASTERN)
Um animal que se alimenta de rochas e as transforma em areia foi encontrado na ilha de Bohol, nas Filipinas. O bicho tem aspecto vermiforme e pode chegar a 10 centímetros de comprimento.
Uma equipe de biólogos criou um novo gênero para classificar a espécie, pois ele é diferente dos outros bivalves. "Tivemos de criar um novo gênero, o que é um tipo de 'próximo nível' na taxonomia", contou em comunicado Dan Distel, diretor do Ocean Genome Legacy Center da Northeastern University, nos Estados Unidos.

O organismo foi batizado de Lithoredo abatanica porque faz parte da família "thoredo" e "lito", que significa "pedra", além de ter sido encontrada no Rio Abatan. "Essa espécie é encontrada apenas em um trecho deste rio nas Filipinas que percorre cerca de três a cinco quilômetros", disse Distel.

Lithoredo abatanica ostenta uma espécie de "broca" para raspar materiais duros, como o calcário. Ele tem dezenas de pequenos dentes — o que o difere do mecanismo de seus "parentes", que consiste em centenas de protuberâncias minúsculas e abrasivas.

Lithoredo abatanica é um molusco biválve tão diferente de seus "parentes" que um novo gênero precisou ser criado para sua classificação (Foto: Reprodução Youtube/Northeastern)
LITHOREDO ABATANICA É UM MOLUSCO BIVÁLVE TÃO DIFERENTE DE SEUS "PARENTES" QUE UM NOVO GÊNERO PRECISOU SER CRIADO PARA SUA CLASSIFICAÇÃO (FOTO: REPRODUÇÃO YOUTUBE/NORTHEASTERN)


Quando ingerem as rochas, micróbios presentes em seu sistema digestivo transformam essas lascas em uma "sopa nutritiva" que lembra areia. Este fato foi comprovado por análises de raios X nas pedras habitdas pelos animais. 

"O que é mais notável é o que nós não sabemos. A rocha não tem nutrientes, então não há nada de que esse animal possa viver. Então isso nos diz que [o organismo] dever estar fazendo outra coisa — e essa outra coisa dever ser realmente interessante", apontou Distel.

Além de comer pedras, os L. abatanica moram dentro delas e, para os especialitas, estudar a espécie pode dar mais pistas sobre seus antepassados e sobre a preservação geológica. Eles também pretendem analisar as bactérias em seu intestino, pois elas poderiam fornecer fontes de fármacos — novas classes de antibióticos, por exemplo.
Fonte:revistagalileu.globo.com