Um dia após dizer a apoiadores que o Brasil está “quebrado” e que por isso não consegue “fazer nada”, o presidente Jair Bolsonaro declarou nesta quarta-feira (6), em tom de ironia, que o país “está uma maravilha”. Bolsonaro fez a afirmação ao parar para conversar com apoiadores que o aguardavam na entrada da residência oficial do Palácio da Alvorada.
No dia anterior, também na saída da residência oficial, Bolsonaro disse que o Brasil está “quebrado” e que a imprensa potencializou a pandemia do novo coronavírus. A declaração gerou reações de economistas e políticos. “Confusão ontem, viu? Que eu falei que o Brasil estava quebrado. Não, o Brasil está bem, está uma maravilha”, afirmou o presidente.
Bolsonaro diz que vacinação contra Covid-19 em outros países é “falácia da mídia”.
Sem apresentar a fonte, Bolsonaro publica dados de um suposto pequeno percentual de vacinados em diversos países.
Tudo isso para justificar as razões do governo brasileiro, através do ministério da Saúde, não ter comprado seringas para o início das vacinações.
De acordo com o presidente, “como houve interesse do Ministério da Saúde em adquirir seringas para seu estoque regulador, os preços dispararam e o MS suspendeu a compra até que os preços voltem à normalidade.
A seguir, Bolsonaro minimiza ainda mais o problema ao afirmar que “estados e municípios têm estoques de seringas para o início das vacinações, já que a quantidade de vacinas num primeiro momento não é grande”.
Fórum
Bolsonaro diz que governo suspendeu compra de seringas até que preços 'voltem à normalidade'.
Na semana passada, uma licitação realizada pelo Ministério da Saúde para comprar seringas e agulhas fracassou. A pasta só conseguiu garantir 7,9 milhões de unidades enquanto buscava adquirir 331,2 milhões. As empresas reclamaram que os preços pagos pelo governo estavam abaixo dos praticados no mercado.
"Como houve interesse do Ministério da Saúde em adquirir seringas para seu estoque regulador, os preços dispararam e o MS suspendeu a compra até que os preços voltem à normalidade. Estados e municípios têm estoques de seringas para o início das vacinações, já que a quantidade de vacinas num primeiro momento não é grande", escreveu o presidente no Facebook.
Depois do fracasso, o Ministério da Saúde afirmou, em nota, que realizaria "novos certames" para buscar os materiais e que o pregão no qual não conseguiu realizar a compra seria apenas a "primeira parte" da negociação."O resultado não é final e sim da primeira parte, por isso terão novos certames, outros pregões, como previsto em Lei", diz a nota.Além disso, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia passou a exigir, desde 1º de janeiro, uma licença especial para autorizar a exportação de agulhas e seringas , o que deixará o processo de liberação das mercadorias mais lento que o normal.
Globo