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quinta-feira, 8 de abril de 2021

VÔMITOS DO PRESIDENTE E SUA TRUPE - Alto nível? Doria 'é um vagabundo, caralho', disse Bolsonaro em 'jantar do PIB'.

 Jair Bolsonaro reservou a João Doria uma série de amabilidades no jantar com empresários de que participou nesta quarta (07) em São Paulo, registra a Folha.

“O governador de vocês é um vagabundo, caralho”, disse o presidente em discurso para os convidados, segundo pessoas que foram ao evento relataram ao jornal paulistano.

Em outro momento, Bolsonaro se referiu ao governador paulista nos seguintes termos, sempre segundo relatos: “O vizinho aqui de vocês é um vagabundo”. A casa de Doria fica no Jardim Europa, vizinho do Jardim América —bairro onde mora Washington Cinel, da Gocil, o anfitrião do jantar de ontem.

O presidente também acusou o rival tucano de ser um destruidor de vidas e estar acabando com os empregos, com o comércio e fechando restaurantes, em referência às medidas restritivas decretadas no estado contra a Covid.

O jantar, assinala a Folha, estava repleto de amigos ou ex-amigos de Doria: em 2016, o lançamento do tucano como candidato à prefeitura de São Paulo foi na mesma casa do dono da Gocil.


Antagonista

Em jantar com empresários em São Paulo, na 4ª feira (7.abr.2021), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que irá respeitar o teto de gastos e a responsabilidade fiscal quando tiver de sancionar o Orçamento de 2021. “Não vou colocar o meu na reta”, afirmou, com o ministro Paulo Guedes (Economia) à mesa.

O Poder360 conversou reservadamente com 4 empresários que estiveram no encontro. Os gestores disseram achar que Bolsonaro quis dar um recado para fortalecer Guedes.

No mesmo dia do encontro, o ministro da Economia foi alvo de ataques do Centrão e houve rumores sobre sua iminente saída do governo. No jantar, estava junto com o presidente. Num dado momento, Flávio Rocha, dono da Riachuelo, falou que Bolsonaro tinha ao seu lado “o melhor general para a economia”, citando Paulo Guedes. Todos os presentes aplaudiram.

PANDEMIA E VACINAS

Todos os presentes na reunião concordaram que a prioridade neste momento do país é acelerar a aplicação de vacinas. Dizem achar que houve um mal-entendido sobre a lei que permite que empresas privadas comprem o imunizante. Os empresários pediram ajuda do governo para esclarecer como será o processo.

Em relação às políticas de isolamento social, coube ao empresário Jose Isaac Peres, dono da rede de shoppings Multiplan, fazer um discurso enfático e alinhado com o que defende Bolsonaro. Peres disse que não tem cabimento falar em lockdown, que cada uma das mais de 5.000 cidades do país tem realidades distintas e que o necessário, na avaliação dele, é o distanciamento social.

O presidente criticou governadores e chegou a usar o termo “vagabundos”. O tucano João Doria, governador de São Paulo, foi um de seus alvos durante a reunião.

QUEM FOI AO JANTAR

O Poder360 apurou a seguinte lista. Pelo menos um dos convidados não apareceu: Johnny Saad (Grupo Bandeirantes), que mandou avisar que estava com tosse e preferia não ir. Eis os demais que participaram:

André Esteves (BTG);
Alberto Leite (FS Security);
Alberto Saraiva (Habib’s);
Candido Pinheiro (Hapvida);
Carlos Sanchez (EMS);
Claudio Lottenberg (Hospital Albert Einstein);
David Safra (Banco Safra);
Flavio Rocha (Riachuelo);
Luiz Carlos Trabuco (Bradesco);
João Camargo (Grupo Alpha de Comunicação);
Jose Isaac Peres (Multiplan);
José Roberto Maciel (SBT);
Paulo Skaf (Fiesp);
Ricardo Faria (Granja Faria);
Rubens Ometto (Cosan);
Rubens Menin (MRV, CNN e Banco Inter);
Tutinha Carvalho (Jovem Pan);
Washington Cinel (Gocil).
O jantar foi na casa de Washington Cinel, dono da empresa de segurança Gocil. A residência fica na Rua Costa Rica, no Jardim América, em frente à casa do ex-deputado Paulo Maluf.

COMITIVA DE BOLSONARO

Eis o grupo levado pelo presidente:

Augusto Heleno (Segurança Institucional);
Daniel Freitas (deputado, PSL-SC);
Eduardo Bolsonaro (deputado, SP);
Fábio Faria (Comunicações);
Marcelo Queiroga (Saúde);
Roberto Campos Neto (Banco Central);
Onyx Lorenzoni (Secretaria Geral);
Paulo Guedes (Economia);
Ricardo Salles (Meio Ambiente);
Ricardo Barros (líder na Câmara)
Tarcísio de Freitas (Infraestrutura).

COLETIVA NA RUA

Depois da reunião, os ministros Fábio Faria (Comunicações), Paulo Guedes (Economia), Marcelo Queiroga (Saúde) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) deram uma entrevista coletiva improvisada em frente à casa do anfitrião.

O chefe da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que um eventual lockdown nacional “não faz sentido no Brasil porque a própria população não adere a essas práticas”. O ministro defendeu uma união nacional “para conseguirmos a vacina para imunizar a população brasileira”. Indagado sobre a suspensão do envase de imunizantes pelo Butantan por falta de insumos, Queiroga disse esperar que o instituto tenha a capacidade de produção restabelecida.

O médico também acenou à iniciativa privada, afirmando que busca alternativas para viabilizar também a participação dos empresários na aquisição de vacinas: “Não para desviar os principais básicos do SUS, mas para se somar a ele e assim fortalecemos a nossa campanha de vacinação”.

Paulo Guedes disse que “a síntese do encontro” é baseada nos temas da vacinação em massa e no avanço nas reformas estruturais. Fábio Faria afirmou que todos presentes no jantar estão “satisfeitos” com o governo e afirmou que o Brasil é o 5º país que mais está vacinando. “Atingimos a meta de 1 milhão por dia. Precisamos de união”, disse.

Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) afirmou que conversa entre governo e empresários foi em tom amistoso. Questionado sobre a carta assinada por mais de 500 empresários, economistas e banqueiros cobrando ações do governo na pandemia, o ministro afirmou que o documento não entrou na discussão. Disse que o diálogo foi uma “reunião de aliança e compromisso com o futuro” e que o Brasil “está engrenando” na produção de vacinas.


PODER360