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quarta-feira, 27 de março de 2019

Aos gritos, Paulo Guedes reclama de “desarticulação” do PSL no Congresso, dizem deputados e pode pedir pra sair


A turma tá perdendo o rumo.
Coluna Painel, da jornalista Daniela Lima, na edição desta quarta-feira (27) da Folha de S.Paulo, informa que deputados relataram que o ministro da Economia, Paulo Guedes, reclamou “aos gritos” da “desarticulação do PSL” no Congresso, o que o teria feito desistir de dar declarações na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.


Segundo a reportagem, os relatos variam de tom, mas todos dão conta de que ele expressou claramente sua insatisfação com “a desarticulação do PSL”, partido de Jair Bolsonaro.

A guerra entre o governo e o Congresso rachou o PSL. Uma ala da sigla passou a criticar as atuações do líder da legenda, Delegado Waldir (GO), e da líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (SP). O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também se tornou alvo do grupo.

Parte da bancada do PSL radical participou de reunião chamada pelo líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), nesta terça (26). Nem Joice nem o Delegado Waldir foram ao encontro. Dos 54 deputados, 30 compareceram.

Integrantes da parcela mais inflexível do PSL dizem que o Planalto paga hoje o preço pela posição assumida pela legenda no início do ano, quando declarou apoio à eleição de Rodrigo Maia para a presidência da Câmara.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira que, se o presidente da República, partidos e parlamentares não aceitarem a agenda que está propondo, “não tem apego ao cargo” e poderia deixar o posto. No entanto, disse que não tem irresponsabilidade para sair após a primeira derrota.
Ele foi questionado, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta quarta-feira se, caso a reforma da Previdência não alcançar a meta de economizar R$ 1 trilhão em dez anos, deixaria o cargo.
— Se o presidente apoiar as coisas que eu acho que podem resolver para o Brasil, eu estarei aqui. Se o presidente ou a Câmara, ou ninguém quer aquilo, eu voltarei para onde sempre estive. Tenho uma vida fora daqui. Vocês acham que vou brigar para ficar aqui? Eu estou aqui para servi-los. Se ninguém quiser o serviço, não tenho apego ao cargo. Mas não tenho inconsequência e irresponsabilidade de sair na primeira derrota — disse Guedes.

Essa não é a primeira sinalização de Guedes de que poderia abandonar o ministério caso o plano que tem para o país não consiga apoio. Na cerimônia de transmissão de cargo, quando assumiu o ministério da Economia, ele disse que “é muito fácil” fazer alguém desistir em Brasília.