O caso foi denunciado ontem na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Goiânia, informa o UOL. O vídeo foi gravado na semana passada.
“Deixa eu te dar um beijo bem gostoso. Você vai gostar”, diz o pastor, que tenta abraçar a menina e a beija. “Só um selinho. A gente vai começando devagarzinho, tá bom? Amém. Gostou?”
Como mostramos, ao derrubar um dos vetos de Jair Bolsonaro ao pacote anticrime, o Congresso restringiu à defesa dos réus o uso de gravações ambientais feitas sem prévia autorização da polícia ou do Ministério Público.
Na prática, vítimas de crimes não poderão usar como provas contra o agressor gravações escondidas, como a que foi feita pela adolescente — no caso, só o pastor poderia usar a gravação para escapar de uma condenação.
A O Antagonista, Edvandir Paiva, presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal, disse que a mudança deixa as vítimas ainda mais vulneráveis.
“A gravação é uma defesa dela, que é vítima. Hoje, como todo mundo pode gravar no celular, é uma prevenção para o crime. O agressor pode se controlar, ao saber que está sendo gravado. Se a lei diz que não vale, pode se sentir livre, ao pensar que ninguém pode usar nada contra ele”, afirmou.
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